Saturday, April 09, 2005

Lobo Solitário.

O que estou lendo de quadrinhos no momento é o Lobo Solitário, ou melhor, estou relendo. Li nos saudosos anos oitenta, lá por oitenta e sete ou oitenta e oito, eu ainda era um guri que imaginava ser um futuro quadrinhistas. Tinha como admiração e influências Miller, Moebius, e todos que alimentaram a nona arte naqueles anos. Acho que a primeira vez que eu tive contato com o Lobo Solitário foi com menos de dez anos, na década de setenta ou início dos oitenta, lembro de ver episódios da série de tv (Hoje lembro mais da sensação de ver e algumas umas imagens, como uma cena do Daigoro correndo perto de um lago. Já não recordo dos enredos), isso devia ser no início da rede de tv SBT, Sílvio Santos foi quem me apresentou o Lobo Solitário. Quem diria?
Frank Miller é que tem como um dos seus principais mestres Goseki Kojima, um dos desenhistas mais impressionantes nas histórias em quadrinhos. Seu traço é direto, feito com pincel e pena, é um desenhista de estilo próprio que desenha em função da narrativa. (São tão poucos hoje!) A decupagem das cenas e planos é precisa, o ritmo está sempre na harmonia certa, não há exageros, nenhum quadro há mais, nenhum quadro a menos. Os olhares das personagens desenhadas são tão expressivos que se pode sentir as personagens sentindo e pensando. E o principal é o ritmo da ação e os movimentos, desculpem os fãs de ¨O Tigre e o Dragão¨, de ¨Kill Bill¨ e de ¨Herói¨, mas ainda me impressiono mais as cenas de batalha de Itto Ogami, o lobo solitário. Mais um ponto sobre essa obra de arte, o aprofundamento do Zen Budismo.
Os roteiros têm a mítica de como se contar bem uma história, contos gráficos narrados de igual com os mestres da literatura. Pode parecer exagero meu para a classe literária (isso é pra vocês, amigos contistas), mas Kazuo KoiKe é tão bom quanto Jack London e Borges. Insuperável pela sua síntese e interação com as imagens.
Bom, vou parar por aqui e continuar a ler.

1 Comments:

Blogger |E|L|D|E|S| said...

Pena que a nova edição não traga a numeração nem os títulos originais das histórias (escritos em kanji), como foi publicado pela Nova Sampa e Cedibra.

April 11, 2005 at 5:24 AM  

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