Friday, April 15, 2005

quadrinhos brasileiros

D W é bom pra caralho!
Hoje vou mudar o foco sobre os quadrinhos, vou falar sobre quadrinhos nacionais e atuais. Ontem li uma hq do D. W. que é um autor de quadrinhos que publica na www.nonaarte.com.br , um autor que tem uma narrativa próxima dos quadrinhos do Miguelangelo Prado, penso aqui no álbum Tangências, mas o foco da narrativa é de um universo próprio e naturalista.
D. W. escreve quadrinhos sobre pessoas comuns, aquelas que passam por nós nas padarias, ou que encontramos na frente dos espelhos. As histórias vão para o outro lado da trincheira dos quadrinhos nacionais, não são contos de humor, são contos que o humor é trocado pela dor. Personagens são transformados pelo câncer. Uma das suas mais belas histórias é sobre um homem que acompanha o estágio terminal da amante. Outra que tem o humor, mas não é gratuito, é sobre encontros e desencontros provocados em banheiros nos bares. Quem aqui não comeu ou não quis comer um petisco no banheiro de um boteco?
As personagens de D. W. bebem, fumam, estão cansadas, apaixonadas, desencantadas com a vida e o que é melhor, elas vivem no Brasil. Sem nacionalismo aqui, mas ver os cenários que me identifico é mais afu.
Outro quadrinhista que o cara lembra é o espanhol Max. Um pincel bem expressivo que valoriza os sentimentos das personagens o tempo inteiro, os olhos desconfiados, sempre de canto, não querem revelar o que pensam. Personagem reservados vivendo as suas sagas intima no cotidiano de uma cidade grande. Há um certo registro do cepticismo nos quadrinhos do D. W., me parece que o cara é carioca, mas sem o clichê praia e samba. A urbe fala alta e com nível nas suas narrativas gráficas.
D. W. é bom pra caralho!

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